terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Homeostasis model assessment (Homa)

      
           A manutenção da glicemia normal depende principalmente da capacidade funcional das células-beta pancreáticas (BcC) em secretar insulina e da sensibilidade tecidual à ação da insulina (SI). A disfunção das células-beta e a resistência insulínica (RI) são anormalidades metabólicas inter-relacionadas na etiologia do diabetes mellitus do tipo 2 (DM2). A RI caracteriza-se por falhas das células-alvo em responder aos níveis normais de insulina circulantes, resultando hiperinsulinemia compensatória na tentativa de se obter uma resposta fisiológica adequada.
            Durante as últimas décadas, métodos alternativos para a avaliação da RI e da BcC têm sido propostos. O Modelo de Avaliação da Homeostase, mais conhecido como índice HOMA, representa uma das alternativas à técnica de clamp para avaliação da RI e da BcC, fornecendo uma medida indireta da RI ao avaliar, em condições de homeostase e jejum, a insulina endógena e a glicemia. Esse método vem sendo amplamente utilizado, principalmente em estudos envolvendo um grande número de participantes, por ser um método de fácil aplicação, rápido e de menor custo.
            O modelo citado anteriormente foi ajustado, dando origem a duas equações simplificadas: HOMA1-IR (Homeostasis Model Assessment Insulin Resistance) = (IJ x GJ)/ 22,5 e HOMA1-%B (Homeostasis Model Assessment b-Cell Function) = (20 x IJ)/(GJ – 3,5), as quais podem ser usadas para estimar a RI e a BcC, respectivamente. Em tais equações, IJ corresponde à insulinemia de jejum, e GJ, à glicemia de jejum em mmol/L.
            Mais recentemente, foi publicada uma atualização do modelo original, o HOMA2, com bases fisiológicas mais precisas na predição da resposta homeostática. Entre tais modificações, estão a distinção entre RI hepática e periférica, a incorporação da estimativa de secreção de pró-insulina ao modelo, viabilizando a utilização de ensaios específicos ou não para insulina e, por último, a modificação na curva de secreção insulínica e a inclusão ao modelo da perda renal de glicose, possibilitando a avaliação da RI e da BcC em concentrações glicêmicas > 10 mmol/L.
            Além de tais modificações, também foi desenvolvido o programa de computador HOMA Calculator, com o objetivo de viabilizar e tornar mais rápidos os cálculos da SI (%S) e da BcC (%B) (30). Esse programa aceita apenas valores correspondentes a um estado de homeostase, ou seja, valores glicêmicos muito baixos não seriam adequados, pois estariam relacionados a um estado de hipoglicemia.
A utilidade de medidas alternativas para a estimativa da RI e da BcC depende do grau em que se correlacionam com as medidas diretas de avaliação desses parâmetros, como as técnicas de clamp ou o teste de tolerância endovenosa à glicose com amostras freqüentes.
            Entre os principais fatores que influenciam a sensibilidade insulínica, destacam-se: a deposição de gordura visceral, a perda de massa muscular, o envelhecimento, o sedentarismo, as diferenças étnicas e os fatores dietéticos. Em virtude de tais fatores, um dos aspectos importantes a ser observado na aplicação do HOMA com sucesso em uma dada população é a presença de pontos de corte específicos para a raça ou a faixa etária apresentada pela população estudada ou pontos de corte para populações que se assemelhem ao máximo àquela em estudo. Para a comparação das prevalências de RI entre diferentes populações, é necessário, primeiramente, o estabelecimento de valores "normais" de HOMA para cada população. O diagnóstico da resistência à insulina é de relevância na avaliação da presença de síndrome metabólica, que se destaca como risco para o desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2 e de doença cardiovascular aterosclerótica.

Referências:
http://pt.wikipedia.org/wiki/HOMA
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0004-27302008000100006&script=sci_arttext&tlng=e!n
Amanda da Cunha Gomes

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